Na manhã desta quarta-feira, dia 09, um tumulto na porta da Secretaria de Saúde do município precisou ser contido com intervenção policial. Logo muito cedo, bem antes da repartição abrir para atendimento ao público, um grande número de pessoas já aguardavam na fila para retirada de medicamentos na farmácia básica. Logo que o atendimento foi iniciado houve empurra-empurra e muitas pessoas reclamavam que a ordem de chegada não estava sendo observada. Bate-boca e até agressão física foram registrados. Os servidores da secretaria acionaram a Polícia Militar, que esteve no local e conteve os ânimos. A Guarda Municipal foi chamada para disciplinar a ordem de atendimentos.
Demanda reprimida
As dezenas de pessoas que se amontoavam para aguardar atendimento na farmácia básica há semanas esperavam o recebimento de medicamentos prescritos nos Postos de Saúde da Família e no hospital municipal. O atraso na entrega de lotes de medicamentos por parte do Governo do Estado gerou uma grande demanda reprimida e consequente sobrecarga na distribuição. Segundo os servidores da pasta, o lote de fármacos que deveria ter sido entregue no mês de julho só chegou ao município na última terça-feira, dia 08.
Compra centralizada
A compra de medicamentos centralizada, ou compartilhada, é uma estratégia de 182 dos 184 municípios cearenses para reduzir o preço dos produtos através da compra em grandes quantidades. Estas prefeituras repassam à Secretaria Estadual da Saúde os recursos para a compra de remédios e o Estado, por sua vez, ganha poder de negociação com os grandes laboratórios farmacêuticos. Do ponto de vista econômico a estratégia trás benefícios aos municípios, uma vez que determinados itens são adquiridos por até dez por cento do preço observados no mercado varejista. A logística de entrega, no entanto, é deficiente e há anos os usuários do serviço público de saúde são prejudicados. A Coordenadoria de Assistência Farmacêutica (COASF), órgão ligado à Secretaria de Saúde do Estado não consegue cumprir os cronogramas de entrega e frequentemente faltam medicamentos das listas enviadas pelos municípios.
Mardem Lopes
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